quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Autor: Bruno Santos







Livro: Noites em Pasárgada












Noites em Pasárgada







(Epilogo)




     Um quarto … As paredes eram cobertas por um papel de motivo levemente floral já amarelado. Uma mobília antiga, de madeira escura e rebuscada. Uma garrafa de vinho pela metade. Duas tacas vazias. Um espelho emoldurado. Um aroma suave perfumava o ar: Jasmim.



     Através das cortinas de tecido claro que cobriam as janelas era possível enxergar uma nesga de céu coberto por uma grossa camada de nuvens cor de pedra.



Sobre uma cama coberta por lençóis de linho emaranhados, jaziam um homem e uma mulher...



    O homem tinha cabelos claros,quase loiros, raspados. O rosto coberto por uma barba cultivada por não mais de três dias. Clara como os cabelos. Quase imperceptível,dada sua palidez.



  Estava deitado sobre a mulher, o rosto aconchegado em seu seio , tal qual uma criança que busca refugio no colo da mãe. Ela o afagava e tinha nos olhos de maquiagem levemente borradas uma expressão de afeto profundo.



- Ne vous inquiétez pas tout va être bien… Je prendrai soin de toi.



-          Nunca me deixe... - Murmurou Felipe,



-          Não... Nunca.



-          Não me deixe nunca não... Tá...

   





 Dos olhos cinzentos de Felipe as lágrimas verteram como uma chuva de fim de tarde…






(Um pouco do livro)





     "Não havia mais do que dois apartamentos por andar no prédio de Fausto. O que seria um corredor, não passava de um mero cômodo mal iluminado, do tamanho de um quarto padrão e adornado por uma mesa de canto de pés rebuscados tendo e seus topo um vaso de flores."

    "Era porem tarde demais: ele já havia, de certa forma, despertado. E uma vez desperto, Felipe não mais retornaria ao sono. Alem de seu temperamento melancólico e gostos extravagantes, outra característica marcante era dificuldade extrema tanto para acordar quando em adormecer."



"Essas idosas vislumbravam nos objetos empoeirados e, algumas vezes, enferrujados resquícios de épocas mais felizes e mesmo da aurora de suas já longínquas juventudes. A grande maioria dos transeuntes por sua vez, sequer olhava as pesadas vitrinas. Os antiquários eram menos perceptíveis do que os pombos e os moradores de rua."


    "E quem mais lamentava a decadência do Shopping dos Antiquários era Felipe, que buscava refugio da convivência sombria com sua mãe na pálida rotina de Assistente Administrativo (ou melhor dizendo: “Faz-Tudo”) das 9 da manhã as 7 da noite em uma imobiliária conhecida, ainda que bem menos do que seu dono gostasse de admitir. "






(Autor Bruno Santos)






(Escritor, poeta e produtor cultural)

Palavras de André Lima



O Livro Noites em Pasárgada, é um livro intrigante e de muitas palavras lindas. O autor é muito bom, e sabe formular as histórias e nos deixa emocionados ao ler. A única coisa que tenho a dizer, magnifico...



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