Autor: Bruno Santos
Livro: Noites em Pasárgada
Noites em Pasárgada
(Epilogo)
(Um pouco do livro)
(Epilogo)
Um quarto … As paredes eram cobertas por um
papel de motivo levemente floral já amarelado. Uma mobília antiga, de madeira
escura e rebuscada. Uma garrafa de vinho pela metade. Duas tacas vazias. Um
espelho emoldurado. Um aroma suave perfumava o ar: Jasmim.
Através
das cortinas de tecido claro que cobriam as janelas era possível enxergar uma
nesga de céu coberto por uma grossa camada de nuvens cor de pedra.
Sobre uma cama coberta por lençóis de linho
emaranhados, jaziam um homem e uma mulher...
O homem
tinha cabelos claros,quase loiros, raspados. O rosto coberto por uma barba
cultivada por não mais de três dias. Clara como os cabelos. Quase
imperceptível,dada sua palidez.
Estava
deitado sobre a mulher, o rosto aconchegado em seu seio , tal qual uma criança
que busca refugio no colo da mãe. Ela o afagava e tinha nos olhos de maquiagem
levemente borradas uma expressão de afeto profundo.
- Ne vous
inquiétez pas tout va être bien… Je prendrai soin de toi.
-
Nunca me deixe... - Murmurou Felipe,
-
Não... Nunca.
-
Não me deixe nunca não... Tá...
Dos olhos
cinzentos de Felipe as lágrimas verteram como uma chuva de fim de tarde…
(Um pouco do livro)
"Não havia mais do que dois apartamentos
por andar no prédio de Fausto. O que seria um corredor, não passava de um mero
cômodo mal iluminado, do tamanho de um quarto padrão e adornado por uma mesa de
canto de pés rebuscados tendo e seus topo um vaso de flores."
"Era porem tarde demais: ele já havia, de certa forma, despertado. E uma
vez desperto, Felipe não mais retornaria ao sono. Alem de seu temperamento
melancólico e gostos extravagantes, outra característica marcante era
dificuldade extrema tanto para acordar quando em adormecer."
"Essas idosas vislumbravam nos objetos
empoeirados e, algumas vezes, enferrujados resquícios de épocas mais felizes e
mesmo da aurora de suas já longínquas juventudes. A grande maioria dos
transeuntes por sua vez, sequer olhava as pesadas vitrinas. Os antiquários eram
menos perceptíveis do que os pombos e os moradores de rua."
"E quem mais lamentava a decadência do Shopping dos Antiquários era Felipe, que buscava refugio da convivência sombria com sua mãe na pálida rotina
de Assistente Administrativo (ou melhor dizendo: “Faz-Tudo”) das 9 da manhã as
7 da noite em uma imobiliária conhecida, ainda que bem menos do que seu dono
gostasse de admitir. "
(Autor Bruno Santos)
(Escritor, poeta e produtor cultural)
Palavras de André Lima
O Livro Noites em Pasárgada, é um livro intrigante e de muitas palavras lindas. O autor é muito bom, e sabe formular as histórias e nos deixa emocionados ao ler. A única coisa que tenho a dizer, magnifico...